Há tempos sem publicar aqui no blog, resolvi me inspirar, nessa manhã chuvosa, e tratar de algo que, a meu ver, tanto como Relações Públicas como Jornalista, percebo causar, ainda, confusão em alguns profissionais de comunicação: as redes sociais.
Entendam, não sou especialista em redes sociais, mas talvez meu instinto de Relações Públicas me auxilie a ver essa ferramenta como um canal de comunicação que não substitui as outras formas de fazer relacionamento. No caso específico desse post, as intermediações entre empresa e jornalistas. Assim, entendo após mais de dez anos nessa área, que relacionamento diretor se caracteriza a atividade primeira de um assessor de imprensa.
Media training, releases, pautas exclusivas, coletivas de imprensa, contato pessoal e por telefone. Nada disso pode ser suprido pela rede social. Embora hoje tenhamos esse meio que favorece uma divulgação mais veloz de conteúdo, principalmente aquele ao qual estamos engajados, não podemos proliferar compartilhamentos antes de lembrar de nosso colega jornalista. Assim como a mudança de distribuição para redação não ficou diferente ao migrar do fax para o e-mail, hoje, nada pode ser diferente. As relações precisam ser preservadas e a comunicação dirigida também.
Embora jornalistas estejam presentes na rede, ele continua com seu trabalho dentro da empresa jornalística, ele conhece a possibilidade de contatos diretos com o assessor e, existe de alguma forma, uma confiança mútua. A partir do momento que tudo for postado na rede, perde-se uma das questões primordiais: a confiança, uma vez que a internet e seus recursos, hoje, permitem que discursos sejam distribuídos ao mundo todo. Porém, a rede não substitui o jornalismo tradicional, mesmo que seja online.
O jornalista vai atrás da pauta, isso é fato, mas quem é assessor de imprensa sabe que, muitas vezes, a pauta precisa ir até o jornalista. Esse é nosso papel, o papel da Assessoria de Imprensa dentro da empresa. Embora haja maior interação do público com as postagens organizacionais, isso apenas pode gerar pautas diferenciadas, mas de forma alguma, pode ser deixado de lado uma ação que, há anos, acompanha o assessor e o jornalista. E, quem da Assessoria de Imprensa não faz aquele relatório de centímetro coluna e inserções espontâneas em demais mídias para provar o efeito de seu trabalho e a economia que a empresa faz ao não pagar um anúncio naquele tamanho?
Sim, sim, penso que por mais interação que exista, cada um tem sua função. Não desmereço em nenhum momento a publicidade, ela é de suma importância, assim como tem suas peculiaridades, a Assessoria de Imprensa e as Relações Institucionais. Juntas, formam um globo de resultados. Podemos compartilhar as conseqüências na rede, dicas, ideias, mas nunca substituir a atividade primeira de uma Assessoria de Imprensa. Assim como a rede não substitui a publicidade. As redes são, assim, apenas mais um meio para construção da imagem organizacional. Precisam, por isso, ser muito bem trabalhada por profissionais de comunicação que tenham uma linha de raciocínio voltada para o posicionamento correto de acordo com a missão da empresa. Mas, isso já gera um novo post.
Quero aqui deixar clara minha opinião sobre a Assessoria de Imprensa, hoje, em meio às redes sociais, pois não podemos deturpar funções. Elas não são nossos veículos, são ferramentas que podem auxiliar, inclusive, a distribuir resultados positivos de trabalhos em parceria entre assessor e jornalista.