No
mês de aniversário, quem comprou em grandes lojas, às vezes em pequenas também,
sempre recebe aquele cartão de felicitações. Quem não passou por isso, atire a
primeira pedra. Lembro que, no ano passado, uma semana antes de completar mais
uma primavera, comprei uma bota na loja X no shopping Bourbon Ipiranga, em
Porto Alegre. No dia do meu aniversário, meu celular toca. Era a gerente, me
desejando felicidades e dizendo que, até o final daquela semana, eu poderia
comprar mais sapatos, com 15% de desconto. Porcentagem irrisória para o valor
de cada calçado da loja. Verdade seja dita, a coisa era tão cara que faz um ano
que não passo nem naquela vitrine. Um marketing direto, ou seja, a loja entrou
diretamente em contato comigo, estabelecendo um relacionamento amigável, por
meio da gerente que me atendeu no dia de minha aquisição e, com o único
objetivo de efetuar mais uma venda. Ok foi uma das felicitações comerciais que
achei mais humana até hoje.
Comecei
esse post com a recordação do meu
aniversário de 2011, pois, dois e-mails que recebi na manhã de hoje, quando
inicia o mês do meu aniversário, me chamaram a atenção. Sendo um em especial e
que, de alguma forma, casa com o exposto acima.
Em
uma época em que falamos em marketing 3.0, ou seja, de relacionamento,
teoricamente menos velada fica a função final da ação de marketing, que é a venda
do produto. Muitos marqueteiros não gostam de falar na área como um posto de
estratégia de vendas, mas ela o é!
Assim,
antes do meio dia, uma joalheria me mandou um cartão online, onde felicitava-me
pelo mês de meu aniversário, para mim e todos os aniversariantes de agosto, em
tom genérico e que, por essa “data”, durante esses 31 dias, teríamos R$ 50,00
de desconto nas compras da loja. Em se falando de Safira, onde comprei uma
única vez na vida, esse desconto de nada vale. Foi uma parabenização indireta,
fria e que, deixa óbvio o desejo da organização: a venda.
Já
a Tuin Sapataria não manda nada no corpo do e-mail, apenas no assunto menciona
o mês de aniversário e faz com que o cliente baixe um aplicativo que, após dez
tentativas, abre em um link que diz: seu presente é 10% de desconto nas compras
desse mês. (!!!!)
Eu
sei, sei que as organizações existem para lucrar, tem produtos no mercado para
vender, gerar e atender necessidades dos consumidores. Em se tratando de
mulher, um prato cheio. Mas, essas estratégias de relacionamento contemporâneo,
não casam em nada com a visão humanista que tem se falando tanto no mundo
corporativo. O mundo digital facilitou alguns contatos, isso é fato, porém, o
envio de peças publicitárias frias, em uma data que na grande maioria das vezes
é importante para o consumidor, não surte o efeito esperado. Existem “N” opções
para atingir o público-alvo, inclusive sem avisá-lo que ele precisa comprar. Está
subentendido na mensagem corporativa.
No
século XXI, com a avalanche de informações sobre reciclagem de comunicação e,
como o boom do relacionamento, muitas
organizações deveriam repensar suas estratégias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário