quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Aniversário, marketing e relacionamento


No mês de aniversário, quem comprou em grandes lojas, às vezes em pequenas também, sempre recebe aquele cartão de felicitações. Quem não passou por isso, atire a primeira pedra. Lembro que, no ano passado, uma semana antes de completar mais uma primavera, comprei uma bota na loja X no shopping Bourbon Ipiranga, em Porto Alegre. No dia do meu aniversário, meu celular toca. Era a gerente, me desejando felicidades e dizendo que, até o final daquela semana, eu poderia comprar mais sapatos, com 15% de desconto. Porcentagem irrisória para o valor de cada calçado da loja. Verdade seja dita, a coisa era tão cara que faz um ano que não passo nem naquela vitrine. Um marketing direto, ou seja, a loja entrou diretamente em contato comigo, estabelecendo um relacionamento amigável, por meio da gerente que me atendeu no dia de minha aquisição e, com o único objetivo de efetuar mais uma venda. Ok foi uma das felicitações comerciais que achei mais humana até hoje.

Comecei esse post com a recordação do meu aniversário de 2011, pois, dois e-mails que recebi na manhã de hoje, quando inicia o mês do meu aniversário, me chamaram a atenção. Sendo um em especial e que, de alguma forma, casa com o exposto acima.

Em uma época em que falamos em marketing 3.0, ou seja, de relacionamento, teoricamente menos velada fica a função final da ação de marketing, que é a venda do produto. Muitos marqueteiros não gostam de falar na área como um posto de estratégia de vendas, mas ela o é!

Assim, antes do meio dia, uma joalheria me mandou um cartão online, onde felicitava-me pelo mês de meu aniversário, para mim e todos os aniversariantes de agosto, em tom genérico e que, por essa “data”, durante esses 31 dias, teríamos R$ 50,00 de desconto nas compras da loja. Em se falando de Safira, onde comprei uma única vez na vida, esse desconto de nada vale. Foi uma parabenização indireta, fria e que, deixa óbvio o desejo da organização: a venda.







Já a Tuin Sapataria não manda nada no corpo do e-mail, apenas no assunto menciona o mês de aniversário e faz com que o cliente baixe um aplicativo que, após dez tentativas, abre em um link que diz: seu presente é 10% de desconto nas compras desse mês. (!!!!)







Eu sei, sei que as organizações existem para lucrar, tem produtos no mercado para vender, gerar e atender necessidades dos consumidores. Em se tratando de mulher, um prato cheio. Mas, essas estratégias de relacionamento contemporâneo, não casam em nada com a visão humanista que tem se falando tanto no mundo corporativo. O mundo digital facilitou alguns contatos, isso é fato, porém, o envio de peças publicitárias frias, em uma data que na grande maioria das vezes é importante para o consumidor, não surte o efeito esperado. Existem “N” opções para atingir o público-alvo, inclusive sem avisá-lo que ele precisa comprar. Está subentendido na mensagem corporativa.

No século XXI, com a avalanche de informações sobre reciclagem de comunicação e, como o boom do relacionamento, muitas organizações deveriam repensar suas estratégias. 

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