Assim é que muitas empresas posicionam o que poderia se chamar o clima organizacional: a empresa é a casa dos colaboradores. Afinal, ainda no emprego formal, as pessoas passam mais horas do dia em seu ambiente de trabalho do que no ambiente familiar e social. Como extensão do parentesco, muitas empresas formam o conceito interno de “lar” e, nesse ambiente deve haver respeito, comunicação, interação de mão dupla e harmonia. Uma das formas mais eficazes, talvez a única, é manter seu público interno bem informado. Por mais que se queira, quando se é um dirigente, muita coisa fica nas entrelinhas de uma tomada de decisão organizacional, muitas, nem chegam ao andar de baixo como algo coerente.
O jornal mural terminou, e era bem bom. Quem não dava aquela paradinha para o café e lia as notícias? Nessas horas, o setor de comunicação era o mais querido, deixava seus colegas sempre por dentro das últimas. Com o ritmo acelerado nesse mundo em que vivemos, a prioridade é sempre o resultado financeiro, mas mesmo com a morte do mural, não se pode deixar o funcionário desinformado.
As circulares, que muito rodaram os corredores e as mesas dos “familiares” apresentavam-se como uma forma dura, seca e imposta de informação. Aquela que não poderia ser contestada. As belas páginas diagramadas de informativos internos também não traziam um bom retorno de quem está na ponta mais simples da empresa. Hoje, na sociedade em rede, nasce o conceito do informativo online. Com ele, o retorno de seus leitores por meio do mouse e da indicação que vem no e-mail: responder. Na minha concepção o responder significa: interaja!
Muitos são os que nada contestam, mas, por meio da divulgação interna, além da cultura da empresa que pode ser repassada de forma clara, há a chance de conhecermos nosso colega da mesa ao lado. Aquele alguém com quem passamos 8 horas diárias, com quem algumas vezes almoçamos, mas não fazemos idéia do que passa na vida dele. Sim, se é possível não sabermos de tudo que acontece dentro de nossa casa, também não conseguimos, muitas vezes, saber de tudo que se passa com a nossa “extensão familiar”. Com a rede, além da interação também queremos ser vistos por nossos colegas como alguém que faz além do que correr atrás de resultados. Ao mesmo tempo em que estamos conectados dentro da empresa, estamos conectados com o ambiente externo, e o mundo globalizado em que as empresas e as pessoas vivem contribuem com um novo comportamento. Algo bem mais competitivo, menos reflexivo e de mais trabalho.
Com as transformações sociais da rede as comunicações também mudaram e com isso, hoje, muitas empresas já criaram a política do blog. Produzida por alguns membros da equipe, essa ferramenta também proporciona interação a partir de comentários que podem ser postados. Mas, ao mesmo tempo, coloca o ambiente interno em contato com o externo. Motivações salariais nunca foram o grande foco. Por melhor que ganhe um colaborador, ele não se sentirá satisfeito enquanto não entender sua participação e a de seu colega nisso tudo. O mundo já não está tão mecanicista. E, por mais que as empresas desenvolvam ações externas de comunicação e marketing, precisam entender que, se o seu familiar organizacional não entende a importância de toda a obra e não se vê como ator dessa vida, ele não sairá dando boas referências por ai, por melhor que seja sua remuneração.
Não se pode deixar, por mais corrida que seja a vida empresarial, de fora das informações nossos mais fiéis escudeiros. São eles que levam a imagem de dentro de casa para fora. Por isso, o ato de comunicar se faz imprescindível. Quando o funcionário tem noção do tamanho de cada ação organizacional, ele entende sua importância no mundo corporativo. Ele muda sua postura e busca acompanhar o desenvolvimento do negócio. Ele enxerga sua parcela nisso tudo. Com isso cria-se a harmonia, o respeito e o interesse.
Uma comunicação clara com o público interno garante uma boa parcela de sucesso externo, o real motivo de as empresas estarem no mercado, e ainda auxilia no comprometimento das ações de todos os setores. Voltaremos a falar desse tema, mas que as empresas tenham sempre em mente a importância de deixar sua família organizacional bem informada e, a partir disso, integrada com os objetivos organizacionais.
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